Brasil, renascimento e a nova agenda contemporânea global

MARCA BRASIL

Lucas Martins, CEO WVN Brasil

9/11/20245 min ler

Vertical Marca Brasil

d e s e n v o l v i d o p o r

Brasil, renascimento e a nova agenda contemporânea global

Realizamos em novembro mais uma edição do ESG Summit Brazil, desta vez, reunindo 100 lideranças na cidade de São Paulo para debatermos a pauta da nova economia verde, em um momento e contexto importante da história do país, durante a semana da cúpula do G20 no Rio de Janeiro, COP-29 no Azerbaijão e pré COP-30 em Belém. Um momento oportuno para discutirmos matérias estruturantes para o nosso país, para que possamos aproveitar mais essa oportunidade que temos de colocar o Brasil na pauta econômica global. Nosso evento nasceu com um propósito claro, ajudar a construir a nova agenda contemporânea do Brasil. O Brasil é o país que possui o maior número de características e variáveis para ser o atual grande protagonista global. Roberto Campos dizia a frase que “O Brasil não perde a oportunidade de perder uma oportunidade”. Não podemos deixar passar essa. Três dos grandes pilares que hoje o mundo discute, o Brasil é referência: segurança alimentar, transição energética e as potencialidades de nossa biodiversidade no combate das mudanças climáticas e na geração de riquezas regenerativas. O Brasil atualmente alimenta mais de 10% da população mundial, é o que possui a melhor tecnologia no setor, uma potência para termos índices ainda melhores. Nossa matriz energética nacional é mais de 90% limpa, somos referência para o mundo, sem falar do aumento significativo de projetos eólicos no nordeste, os futuros projetos de offshore em nossa costa e as inúmeras possibilidades que a ciência desenvolve todos os anos como os crescentes projetos de hidrogênio verde, que muito em breve, poderemos ver o Brasil como um grande exportador de energia renovável, atrelada a uma economia digital que cresce cada vez mais. E sobre o terceiro ponto, hoje temos a maior biodiversidade do planeta, com extrema importância para o equilíbrio climático, a partir dela, um ecossistema de oportunidades com geração de ativos financeiros reais sendo financiados pela descarbonização.

Por isso trouxemos para o ano de 2024 o mote “Brasil como farol para o mundo”, para que possamos juntos, ajudar a construir o Brasil que tanto queremos, e que para isso, precisamos urgentemente dar o primeiro passo, que é pacificar o país. Pacificar o país, para que possamos também contribuir para a pacificação das nações. Vivemos em um momento emergente nas questões de diplomacia global.

Nas últimas semanas, com importantes acontecimentos sendo protagonizados por nosso país, sediando a cúpula G20 e lançando a união global pela fome e pela desigualdade. Recebendo ainda, em Baku, a missão de sediar a próxima COP-30, além, de na esfera legislativa, termos aprovado o mercado regulado de carbono, que agora segue para aprovação da Presidência da República. Importantes passos, que trazem para o Brasil, a chave do protagonismo global. Citei algumas vezes a expressão protagonismo global, que aproveito para fazer uma citação do nosso querido convidado da edição de São Paulo, Daniel Buarque:

"Podemos não estar brigando para ser e estar entre as maiores potências globais, mas, com certeza, podemos começar pelas 'frutas que estão mais próximas de alcançar', e essas, com certeza, na esfera da sustentabilidade e da nova economia verde, não estão mais próximas de nenhuma nação do que da nossa."

Durante todo ano de 2024, construímos debates, encontros, dois eventos presenciais, nas cidades de Florianópolis e São Paulo e desenvolvemos projetos para mais de 33 empresas através de estratégias de marcas e relações públicas.

A WVN Brasil se coloca oficialmente como um escritório para desenvolvimento de projetos para a pauta da nova economia verde,

utilizando do design e da sustentabilidade como pilares fundamentais. Atuamos com foco na estratégia, articulando um ecossistema de soluções e relações para que possamos construir marcas fortes e que gerem mais valor para as empresas, a sociedade e as gerações futuras. Construindo uma linguagem contemporânea e conectada com todo mercado internacional. Foram mais de 100 organizações envolvidas diretamente no nosso calendário de 2024 e 300 lideranças que, mais que acreditar em nossa proposta, acreditam que podemos colocar o Brasil em um patamar acima, construindo um país mais justo e sustentável. Não pararemos por aqui, em 2025 teremos uma ampla agenda, incluindo 04 encontros internacionais, levando o Brasil para fora de forma legítima, tendo já confirmado cidades como: Brasília, Florianópolis, Lisboa, Milão, Paris, Madrid, São Paulo e Belém durante a COP-30.

Seguimos juntos, construindo o país do presente e convocando novas lideranças e marcas para que estejam conosco. O futuro do nosso país se constrói hoje!

Fechando esta minha matéria para o lançamento de nossa revista, queria deixar minha utopia de Brasil. Utopia de Brasil que citei em todas as aberturas de nossos eventos. O país tem que sonhar. O país que não sonha se contenta com a mediocridade e a depressão, o Brasil perdeu a capacidade de sonhar, por motivos até compreensíveis, mas precisa recuperar.

A natureza não foi acanhada com o Brasil, não aceitemos ser acanhados nessa agenda econômica e social que temos pela frente. Precisamos voltar a sonhar e fazer o que não lembro de termos feito nos últimos anos, que é cuidar dos detalhes. Queremos unir o país, em uma pauta unânime. Para esse novo momento, precisamos de um espaço de reinterpretação ética e moral da nossa sociedade brasileira. Precisamos desenvolver e permitir um espaço de diálogo, assim como já ocorreu no século XIV durante a renascença, um momento de iluminação para fatores atuais, relendo nossa história, passando pelo manifesto antropofágico, que tinha como objetivo assimilar outras culturas, partindo também da ideia de um país miscigenado, que possui várias culturas em sua formação. Unir nossa cultura, nossos pensadores, nossas possibilidades criativas para a nova economia verde, em um novo ciclo virtuoso e de prosperidade.

Criar diálogos mais inclusivos com os decisores públicos nas três esferas nacionais. Um movimento interdisciplinar, para resgatar o patrimônio nacional e valorizar as oportunidades da biodiversidade. Estruturar um projeto atemporal e ajudar as lideranças nacionais através de um plano completo, sendo desenvolvido de maneira bilateral, um plano de estado, junto aos objetivos de empresas responsáveis e respeitando a democracia e os agentes constituídos. Implementar um plano nacional estratégico para a Marca Brasil, integrando cultura, sustentabilidade, meio ambiente, estética, inclusão e educação. Um movimento transversal por natureza e transdisciplinar por concepção, visando a integração da sustentabilidade com inclusão social, estética e qualidade de experiência.

Criar pontes e ligações entre disciplinas, lugares e pessoas. Aproveitar a inteligência e o conhecimento coletivo para enfrentar os desafios complexos da atualidade. Criar um ambiente propício de pacificação do país e da ordem política, compartilhando iniciativas existentes e que já contribuem para o desenvolvimento sustentável nacional.

Oswaldo de Andrade, em seu manifesto antropofágico nos deixou sua reflexão: “Tupi or not tupi, that is the question”. Não seria sermos “Tupi and not tupi” um possível início desse caminho?

Autor: Por Lucas Martins, CEO WVN Brasil