Cooperativismo e Sustentabilidade

SUSTENTABILIDADE

Desenvolvido com SICOOB

7/28/20257 min ler

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Cooperativismo e Sustentabilidade

As reflexões de Rui Schneider da Silva sobre ESG, inovação e o legado cooperativista.

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As reflexões de Rui Schneider da Silva sobre ESG, inovação e o legado cooperativista.

Com uma trajetória marcada pela dedicação ao cooperativismo, Rui Schneider da Silva é uma referência nacional no setor. Economista e técnico em contabilidade, construiu uma carreira sólida, especialmente à frente do Sicoob Central SC/RS, onde atua como presidente desde 1999. Além disso, ocupa posições estratégicas em importantes conselhos e instituições do sistema cooperativista, como a OCESC, o Banco Sicoob e a Sicoob Seguradora. Com mais de cinco décadas de envolvimento no setor, Rui acumula vivência, conhecimento e visão estratégica, sendo uma voz respeitada quando o assunto é cooperativismo aliado à sustentabilidade. Nesta entrevista, ele compartilha suas experiências, reflexões e perspectivas sobre como o modelo cooperativista pode contribuir para um futuro mais justo, colaborativo e ambientalmente responsável.

Quais os compromissos do Sicoob com a política de ESG?

O Sistema Cooperativo Sicoob aderiu ao Pacto Global da ONU em 2012, no que se refere a promover soluções, experiências inovadoras e sustentáveis por meio da cooperação. Nós do Sicoob estamos atuando para fortalecer, interna e externamente os propósitos ESG, financiando um futuro sustentável. Na verdade, o compromisso com o que hoje se denomina ESG é a essência do cooperativismo e surgiu em 1844, quando foi criada a primeira cooperativa na forma moderna como hoje são conhecidas. Desde aquela época, o cooperativismo sempre buscou fomentar práticas sustentáveis na organização, com um extenso histórico de resultados coletivos e sistêmicos, que trazem impactos positivos nas comunidades. O cooperativismo é um modelo de negócios baseado na cooperação, onde os membros trabalham juntos em objetivos compartilhados.

Olhando para os próximos 10 anos, o que considera inevitável para que as organizações brasileiras permaneçam relevantes e sustentáveis?

É fundamental aliar modelos de gestão que garantam práticas mais sustentáveis, que gerem menor impacto ambiental no planeta. Produzir com mais eficiência e menores custos. Num mundo cada vez mais pressionado pelas mudanças climáticas e por recursos escassos, as empresas precisam repensar os paradigmas tradicionais de excelência empresarial. As ações de sustentabilidade, portanto, favorecem a sobrevivência dos negócios. Investir em novas tecnologias também é essencial para perenizar as empresas, porque as mudanças acontecem cada vez mais rapidamente e é preciso acompanhar as demandas, principalmente do público mais jovem. As inovações tecnológicas, ao aumentar a eficiência e reduzir desperdícios, contribuem para um planeta mais sustentável e para a viabilidade econômica dos negócios. Os princípios ESG, aplicados em sua essência, conciliam o sucesso econômico com a responsabilidade social e ambiental, buscando soluções inovadoras e eficientes, além de promover a transparência e o engajamento da equipe e da comunidade. O Sicoob vem acompanhando todas estas mudanças sociais, econômicas, financeiras, inovações tecnológicas e organizacionais, sem perder de vista seus valores e princípios, com uma visão de levar o cooperativismo a ser uma solução para a economia mundial, aliando prosperidade com responsabilidade social e ambiental.

Se o senhor pudesse escolher uma imagem, uma cena ou um sentimento para resumir o que gostaria de deixar como legado para as próximas gerações de líderes cooperativistas, qual seria?

Seria a de 28 operários, na sua maioria tecelões, que em 1844 fundaram uma cooperativa em Rochdale, na Inglaterra, considerada um marco no movimento cooperativista moderno. Eles estabeleceram princípios que se tornaram a base do cooperativismo, como adesão livre e voluntária, gestão democrática, distribuição de excedentes e neutralidade política e religiosa. O cooperativismo nasceu com o objetivo de unir pessoas para obter melhores resultados. E hoje essa ideia está presente em mais de 100 países e é compartilhada por um em cada sete habitantes do planeta. E tem merecido o reconhecimento inclusive da ONU que, pela segunda vez, instituiu o Ano Internacional do Cooperativismo, que estamos comemorando em 2025 – a primeira foi em 2012. É o reconhecimento de que as cooperativas promovem trabalho digno e crescimento econômico; redução das desigualdades; consumo e produção responsáveis; e parcerias para o desenvolvimento sustentável. O modelo cooperativo, que começou lá em 1844, continua muito atual porque é baseado na solidariedade, na democracia, na transparência e princípios que geram prosperidade e distribuição de renda. Os municípios onde têm uma cooperativa apresentam um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais alto em comparação com os municípios sem cooperativas.

Foto: Rui Schneider da Silva

Autor: WVN Brasil e SICOOB