IA: Inteligência Artificial ou Inteligência Ancestral?

Uma revolução tecnológica sem precedentes.

SOCIOAMBIENTAL

Rafael Oliveira

5/31/20243 min ler

Socioambiental

Por Rafael Oliveira, CMO Impact not a Bank

IA: Inteligência Artificial ou Inteligência Ancestral?

Uma revolução tecnológica sem precedentes

Estamos no meio do ano de 2024 e vivemos uma revolução tecnológica sem precedentes. Há poucos anos, em 2020, a maioria de nós não poderia imaginar o quão rapidamente a inteligência artificial (IA) transformaria nossas vidas. Segundo um estudo da PwC, a IA pode adicionar até US$ 15,7 trilhões à economia global até 2030, sendo US$ 6,6 trilhões provenientes de ganhos de produtividade e US$ 9,1 trilhões de efeitos de consumo. Essa transformação está moldando indústrias, governos e até mesmo a forma como interagimos uns com os outros.

Contudo, e se pudéssemos ir além? E se unificássemos a inteligência artificial com a inteligência ancestral, utilizando a sabedoria acumulada ao longo de milênios para impulsionar estudos e desenvolver novos conhecimentos? Essa combinação pode parecer utópica, mas é uma visão que tem potencial de revolucionar nossa abordagem em diversas áreas.

O Brasil, berço da biodiversidade mundial, tem um papel fundamental a desempenhar nessa integração. A economia do futuro será baseada em ativos naturais, e nossa vasta riqueza biológica nos posicionará como líderes naturais nessa nova era. Nossa rica diversidade é capaz de colocar o país na vanguarda da transição energética e no desenvolvimento de novas fontes de medicamentos ainda não descobertos. Ao combinar a precisão tecnológica da IA com o profundo entendimento ecológico dos povos originários, podemos criar soluções inovadoras para preservar e regenerar nossos ecossistemas.

Um exemplo dessa sinergia é o desenvolvimento de alimentos e proteínas alternativas. Atualmente, a produção agrícola brasileira é fortemente baseada na monocultura de soja e milho. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em 2023, o Brasil produziu mais de 120 milhões de toneladas de soja, quantidade suficiente para alimentar múltiplos planetas se bem direcionada. No entanto, grande parte dessa produção é destinada à exportação e à alimentação animal. Precisamos de novos processos, canais de venda e apoio financeiro para transformar essa capacidade produtiva em uma solução para a fome global.

Com o avanço da IA, podemos liberar os seres humanos de trabalhos arcaicos e repetitivos, permitindo que se concentrem em sua maior habilidade: a criatividade. Historicamente, a educação tem moldado pessoas para se tornarem operários, seguindo um modelo industrial que robotiza seres humanos. Porém, a verdadeira inteligência, a ancestral, floresce quando temos liberdade para explorar e criar.

Neste novo paradigma, a IA não é apenas uma ferramenta de eficiência, mas um catalisador de um renascimento humano. Uma oportunidade para redescobrirmos a riqueza de nosso conhecimento ancestral, aplicando-o com precisão tecnológica para resolver problemas modernos. Ao harmonizar essas duas formas de inteligência, podemos transformar a Terra no melhor lugar para se viver, aproveitando suas riquezas naturais e culturais de maneira sustentável.

O futuro que imaginamos é de um mundo onde a tecnologia e a sabedoria ancestral trabalham juntas para criar soluções inovadoras, regenerativas e justas. Precisamos de um novo tipo de consciência, onde fundos e investidores vejam o valor não apenas no lucro imediato, mas na construção de um legado sustentável e inclusivo para todos.

Ao avançarmos, é essencial que governos, empresas e indivíduos adotem uma visão holística e colaborativa. O ESG Summit Brasil é o palco perfeito para discutir e implementar essas ideias, reunindo líderes de diversos setores para moldar um futuro onde a inteligência, em todas as suas formas, é a chave para um mundo melhor.

Por Rafael Oliveira, CMO Impact not a Bank