O Futuro e o Papel das Marcas na Construção da Nova Economia
MARCAS
Isabel Sobral, Diretora de ESG e Negócios Sustentáveis na FutureBrand SP
2/9/20256 min ler
Vertical Marcas
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O Futuro e o Papel das Marcas na Construção da Nova Economia
O Futuro e o Papel das Marcas na Construção da Nova Economia
Nos últimos anos, o conceito de uma nova economia, pautada pela sustentabilidade, inovação e responsabilidade social, vem ganhando força em escala global. As marcas, como agentes econômicos e sociais, têm um papel fundamental na construção deste cenário, que visa não apenas o crescimento econômico, mas também a criação de impacto positivo na sociedade e regenerativo no meio ambiente. A forma como as empresas operam, produzem e se comunicam está em transformação, e o Brasil tem um papel relevante neste movimento, tanto pela sua posição estratégica no cenário global quanto pelos desafios locais que enfrentamos.
A Nova Economia: Tendências e Desafios Globais
A nova economia é definida por práticas que conciliam crescimento econômico e sustentabilidade, e conceitos como economia regenerativa e bioeconomia têm ganhado destaque. A economia regenerativa vai além da sustentabilidade tradicional, buscando não só minimizar o impacto ambiental, mas também restaurar e regenerar os ecossistemas, bem como as relações humanas. A bioeconomia, por sua vez, é baseada na utilização de recursos biológicos renováveis e na valorização da biodiversidade e saberes ancestrais como fonte de inovação e desenvolvimento econômico. Para o Brasil, um grande celeiro de oportunidades. Aqui as marcas têm um papel crucial na adaptação desses conceitos para o contexto local. O país, que abriga a maior biodiversidade do mundo também e que deve ser um dos mais afetados pelas mudanças climáticas, segue sendo um terreno fértil para o desenvolvimento dessa nova economia. Marcas que atuam no Brasil têm a oportunidade de liderar uma mudança que vai além da sustentabilidade, investindo na regeneração de ecossistemas, criando resiliência para suas próprias cadeias de valor e na utilização da biodiversidade como um ativo econômico estratégico. Empresas brasileiras e multinacionais que operam no Brasil estão começando a explorar recursos biológicos de forma sustentável e promovendo o desenvolvimento de novos produtos baseados em ingredientes nativos. A Amazônia, por exemplo, possui uma vasta gama de espécies que podem ser utilizadas para a produção de cosméticos, medicamentos, alimentos e bioenergia. Investir em cadeias produtivas que respeitam o ciclo natural dos ecossistemas e contribuem para a sua regeneração é uma forma de transformar a biodiversidade em um ativo econômico de longo prazo bem como uma vantagem competitiva no mercado global. No Brasil o IBGE apontou que 9 entre 10 indústrias já têm alguma ação ambiental sendo que 53% foram incentivadas por regulações e 22,7% por políticas públicas de incentivo apontando uma direção importante a ser expandida. Porém se formos considerar quem está fazendo um trabalho minimamente sério é preocupante ver que somente 17,1% publicam, por exemplo, um relatório de sustentabilidade. A adoção urgente de novas práticas e de uma nova abordagem pode posicionar o Brasil como líder na criação de novos mercados sustentáveis, especialmente no setor de cosméticos,alimentos e farmacêuticos, que hoje já figuram como os mais comprometidos com o tema nos países, segundo a pesquisa do IBGE. Um exemplo é o uso de ingredientes nativos da Amazônia, como o açaí, o cupuaçu e o babaçu, que têm ganhado reconhecimento internacional por suas propriedades únicas e benefícios ambientais. Grandes marcas já estão investindo em cadeias produtivas que valorizam comunidades locais e mantêm a floresta em pé, criando um ciclo econômico que beneficia tanto o meio ambiente quanto as populações tradicionais. Essa valorização da biodiversidade também pode atrair investimentos para pesquisa e desenvolvimento, criando empregos verdes e fortalecendo a economia local.


Inovação e Sustentabilidade: Economia Circular e Regenerativa
A economia circular, que visa a redução do desperdício e o reaproveitamento de materiais, também está se tornando um pilar importante para as marcas que estão investindo em inovações que permitem o uso eficiente dos recursos, diminuindo o'impacto ambiental e, ao mesmo tempo, gerando valor econômico. No setor agroindustrial, práticas circulares e de agricultura regenerativa, como a agrofloresta, têm mostrado resultados positivos na recuperação do solo e no aumento da produtividade. Empresas de alimentos e bebidas têm adotado essas práticas para garantir uma produção sustentável, sem esgotar os recursos naturais. Inclusive os termos regeneração / regenerativo já vem sendo usado nas estratégias de negócio e de comunicação de diferentes marcas como a Dengo, Nespresso, Apple, Natura, Patagônia, entre outras.
Consumo Consciente e a Relação das Marcas com os Consumidores
O consumidor moderno, tanto no Brasil quanto globalmente, está cada vez mais consciente do impacto de suas escolhas. Há uma crescente demanda por produtos éticos, sustentáveis e que valorizem a biodiversidade local. Marcas que adotam narrativas autênticas conseguem não só conquistar consumidores, mas também influenciar outras empresas a seguirem o mesmo caminho. A comunicação é fundamental para conectar a sustentabilidade ao consumidor final, e campanhas que destacam ações positivas têm tido sucesso em construir lealdade e engajamento e diversos estudos e pesquisas corroboram essa tese. Um relatório da Nielsen mostrou que 73% dos consumidores globais dizem que mudariam seus hábitos de consumo para reduzir o impacto ambiental, e a maioria está disposta a pagar mais por produtos que são sustentáveis e alinhados com causas sociais e ambientais. Um outro estudo da Harvard Business Review mostra que marcas que adotam e comunicam práticas sustentáveis e valores éticos geram maior lealdade entre os consumidores.
Caminhos para o Futuro: Sustentabilidade como Vantagem Competitiva
As marcas que desejam prosperar na nova economia precisam encarar a sustentabilidade e a regeneração como diferenciais competitivos. Inovações tecnológicas, como o uso de inteligência artificial para monitoramento ambiental e a digitalização da cadeia produtiva, podem transformar a forma como as empresas operam, tornando - as mais eficientes e reduzindo s eu impacto ambiental. Uma nova economia focada na valorização da biodiversidade e na restauração de ecossistemas, oferece caminhos promissores para enfrentar os desafios ambientais e criar uma economia resiliente e mais próspera. Para o Brasil, que é uma verdadeira potência ambiental, investir nesses conceitos é essencial para posicionar o país como um líder nessas novas abordagens. A adoção de políticas públicas que incentivem a inovação sustentável, a parceria entre empresas e governo, e o engajamento das comunidades locais são elementos - chave para a construção de um futuro que tanto sonhamos há décadas. Marcas que souberem liderar essa transformação têm a oportunidade de moldar a economia brasileira e influenciar o cenário global. Para o Brasil, que é uma verdadeira potência ambiental, investir nesses conceitos é essencial para posicionar o país como um líder nessas novas abordagens. A adoção de políticas públicas que incentivem a inovação sustentável, a parceria entre empresas e governo, e o engajamento das comunidades locais são elementos - chave para a construção de um futuro que tanto sonhamos há décadas. Marcas que souberem liderar essa transformação têm a oportunidade de moldar a economia brasileira e influenciar o cenário global.
Isabel apresenta uma reflexão sobre o papel transformador das marcas na construção de uma economia mais responsável. Com uma perspectiva atual e prática, Isabel explora como o universo corporativo se reinventa para alinhar crescimento econômico e regeneração ambiental. Em seu texto, ela traça um panorama das tendências globais e locais, destacando o que as marcas precisam compreender — e realizar — para se destacarem em um mercado que já não aceita menos do que impacto positivo.

