Tecnologias Sociais: Afya desenvolve soluções junto às comunidades na Amazônia

SAÚDE

Redação Afya

7/28/202510 min ler

Vertical Saúde

d e s e n v o l v i d o p o r

Tecnologias Sociais: Afya desenvolve soluções

junto às comunidades na Amazônia

Com atuação em comunidades ribeirinhas, professores e estudantes da Afya implementam medidas práticas e sustentáveis para prevenir acidentes graves com motores de barcos.

Tecnologias Sociais: Afya desenvolve soluções junto às comunidades na Amazônia

Com atuação em comunidades ribeirinhas, professores e estudantes da Afya implementam medidas práticas e sustentáveis para prevenir acidentes graves com motores de barcos.

Liderado pelo biólogo e professor Wanderson Gonçalves, o projeto é um exemplo de como o diálogo entre ciência e saberes tradicionais pode gerar soluções acessíveis e eficazes. A proposta vai além da tecnologia em si: envolve ações educativas, oficinas práticas e a mobilização das comunidades, garantindo que o conhecimento circule e que a população se aproprie das soluções. Famílias e lideranças locais participam ativamente do processo, o que fortalece o senso de pertencimento e a responsabilidade coletiva. Essa metodologia demonstra uma visão ampliada de saúde pública, sensível à realidade amazônica e comprometida com respostas adaptadas ao cotidiano das populações locais.

Além da iniciativa da Afya, diversos projetos espalhados pelo país comprovam o impacto transformador das tecnologias sociais. Essas soluções nascem do diálogo entre a ciência e os territórios, combinando conhecimento técnico e práticas comunitárias para enfrentar desafios locais com criatividade e respeito ao meio ambiente. Fossas biodigestoras que tratam esgoto e ainda produzem energia, hortas agroecológicas que garantem alimento saudável e sustentável, filtros de água feitos com carvão ativado e argila são alguns exemplos.

A Amazônia guarda um imenso potencial para a inovação a partir dos recursos naturais da floresta. Matérias-primas como andiroba, copaíba, breu-branco, argilas medicinais e fibras vegetais possuem propriedades terapêuticas e utilitárias que podem ser aproveitadas em projetos voltados à saúde, ao bem-estar e à geração de renda. Quando utilizadas com responsabilidade e combinadas com pesquisa científica, essas riquezas naturais podem originar produtos fitoterápicos, cosméticos naturais, utensílios biodegradáveis e tecnologias sociais adaptadas ao cotidiano ribeirinho.

Para estudantes da Afya, essa integração entre meio ambiente, saúde e tecnologia representa uma oportunidade concreta de atuação. Ao aprender sobre as propriedades das matérias-primas locais, participar do desenvolvimento de soluções comunitárias e compreender a importância da preservação da floresta, esses jovens se tornam agentes de transformação em suas comunidades. A formação técnica ganha, assim, uma dimensão ética e ecológica, fundamentada no cuidado com a vida e com o território.

Em um país com dimensões continentais como o Brasil, marcado por realidades tão diversas, esses projetos mostram a importância de soluções integradas que articulem educação, saúde, preservação ambiental e geração de renda. A cada protetor de motor instalado e a cada família orientada, uma vida pode ser salva. Cuidar das comunidades tradicionais é também cuidar da floresta. Nesse sentido, a Afya reafirma seu compromisso com a promoção da saúde integral e com o meio ambiente.

Foto: Wanderson Gonçalves - biólogo e professor da Afya Abaetetuba

A Amazônia é amplamente reconhecida por sua biodiversidade, com fauna e flora únicas, mas também é o lar de milhares de pessoas, que vivem em comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas. Apesar dos muitos desafios da região, como falta de infraestrutura e acesso limitado a serviços básicos, a Amazônia também oferece oportunidades significativas para o desenvolvimento de iniciativas de alto impacto social.

A rotina das comunidades ribeirinhas depende de pequenos barcos, usados para conectar famílias, transportar mercadorias e garantir o acesso a escolas, postos de saúde e mercados. Essas embarcações, indispensáveis à vida na floresta, carregam também um risco pouco conhecido, porém extremamente grave: o escalpelamento. O escalpelamento é uma lesão traumática que consiste no arrancamento do couro cabeludo e de tecidos subjacentes. Na Amazônia, esse tipo de acidente ocorre principalmente quando os fios de cabelo de mulheres se enroscam nos motores de barcos. Já entre os homens, os acidentes envolvem roupas, como bermudas, que se prendem nos motores, provocando ferimentos graves nos membros inferiores e nos órgãos genitais. Segundo dados coletados em comunidades locais, cerca de 70% das vítimas dessas lesões são crianças e adolescentes, que, além do trauma imediato, enfrentam longas e dolorosas jornadas de tratamento médico, incluindo múltiplas cirurgias reparadoras, e lidam com sequelas que comprometem sua qualidade de vida, mobilidade e autoestima.

Casos como o da Anny Almeida, que teve o couro cabeludo arrancado ao abaixar-se perto do motor de um barco, evidenciam a vulnerabilidade dessas comunidades diante da falta de equipamentos de proteção adequados e da ausência de campanhas de informação e prevenção. Para essas populações, que vivem em áreas isoladas, o acesso a serviços de saúde especializados é limitado, tornando a resposta rápida em casos de emergência um grande desafio. Quando ocorrem acidentes graves como o escalpelamento, o tempo de deslocamento até um hospital com estrutura adequada pode durar horas ou até dias, dependendo das condições dos rios, da disponibilidade de combustível e da existência de embarcações apropriadas. Muitas comunidades sequer contam com um posto de saúde básico com insumos mínimos para primeiros socorros, o que agrava ainda mais os danos imediatos do acidente.

Essa demora no atendimento pode levar à infecção das feridas, perda de tecidos, complicações cirúrgicas e até risco de morte. Mesmo quando a vítima consegue chegar a um hospital, nem sempre encontra uma estrutura preparada para lidar com a complexidade dos casos. Unidades de saúde regionais frequentemente enfrentam a falta de profissionais especializados, equipamentos e materiais. Além disso, a sobrecarga dos serviços públicos, a dificuldade de deslocamento das famílias para centros urbanos e a ausência de assistência psicológica e de reabilitação fazem com que o escalpelamento deixe não apenas cicatrizes físicas, mas também profundas marcas emocionais. Essa realidade reflete um histórico de negligência que transforma o escalpelamento em um problema social e de saúde pública pouco debatido, porém com impactos duradouros para as vítimas e suas famílias.

Diante desse cenário, iniciativas como a da Afya demonstram como é possível aliar tecnologia, sustentabilidade e conhecimento local para promover segurança e prevenção. Com foco em saúde integral e inovação social, a Afya desenvolveu um projeto pioneiro em parceria com universidades, professores, estudantes e artesãos da região. O resultado foi a criação de um protetor para os motores dos barcos, que impede o enroscamento de fios de cabelo e roupas, além de um imobilizador de membros para situações de emergência.

Ambos os dispositivos são produzidos a partir do miriti, uma fibra natural abundante na região amazônica, cuja extração é feita de forma artesanal, sem a necessidade de derrubar árvores. A escolha desse material reforça o cuidado com o meio ambiente, ao mesmo tempo em que valoriza saberes tradicionais e gera renda para os artesãos locais envolvidos na produção.

Liderado pelo biólogo e professor Wanderson Gonçalves, o projeto é um exemplo de como o diálogo entre ciência e saberes tradicionais pode gerar soluções acessíveis e eficazes. A proposta vai além da tecnologia em si: envolve ações educativas, oficinas práticas e a mobilização das comunidades, garantindo que o conhecimento circule e que a população se aproprie das soluções. Famílias e lideranças locais participam ativamente do processo, o que fortalece o senso de pertencimento e a responsabilidade coletiva. Essa metodologia demonstra uma visão ampliada de saúde pública, sensível à realidade amazônica e comprometida com respostas adaptadas ao cotidiano das populações locais.

Além da iniciativa da Afya, diversos projetos espalhados pelo país comprovam o impacto transformador das tecnologias sociais. Essas soluções nascem do diálogo entre a ciência e os territórios, combinando conhecimento técnico e práticas comunitárias para enfrentar desafios locais com criatividade e respeito ao meio ambiente. Fossas biodigestoras que tratam esgoto e ainda produzem energia, hortas agroecológicas que garantem alimento saudável e sustentável, filtros de água feitos com carvão ativado e argila são alguns exemplos.

A Amazônia guarda um imenso potencial para a inovação a partir dos recursos naturais da floresta. Matérias-primas como andiroba, copaíba, breu-branco, argilas medicinais e fibras vegetais possuem propriedades terapêuticas e utilitárias que podem ser aproveitadas em projetos voltados à saúde, ao bem-estar e à geração de renda. Quando utilizadas com responsabilidade e combinadas com pesquisa científica, essas riquezas naturais podem originar produtos fitoterápicos, cosméticos naturais, utensílios biodegradáveis e tecnologias sociais adaptadas ao cotidiano ribeirinho.

Para estudantes da Afya, essa integração entre meio ambiente, saúde e tecnologia representa uma oportunidade concreta de atuação. Ao aprender sobre as propriedades das matérias-primas locais, participar do desenvolvimento de soluções comunitárias e compreender a importância da preservação da floresta, esses jovens se tornam agentes de transformação em suas comunidades. A formação técnica ganha, assim, uma dimensão ética e ecológica, fundamentada no cuidado com a vida e com o território.

Em um país com dimensões continentais como o Brasil, marcado por realidades tão diversas, esses projetos mostram a importância de soluções integradas que articulem educação, saúde, preservação ambiental e geração de renda. A cada protetor de motor instalado e a cada família orientada, uma vida pode ser salva. Cuidar das comunidades tradicionais é também cuidar da floresta. Nesse sentido, a Afya reafirma seu compromisso com a promoção da saúde integral e com o meio ambiente.

A Amazônia é amplamente reconhecida por sua biodiversidade, com fauna e flora únicas, mas também é o lar de milhares de pessoas, que vivem em comunidades ribeirinhas, indígenas e quilombolas. Apesar dos muitos desafios da região, como falta de infraestrutura e acesso limitado a serviços básicos, a Amazônia também oferece oportunidades significativas para o desenvolvimento de iniciativas de alto impacto social.

A rotina das comunidades ribeirinhas depende de pequenos barcos, usados para conectar famílias, transportar mercadorias e garantir o acesso a escolas, postos de saúde e mercados. Essas embarcações, indispensáveis à vida na floresta, carregam também um risco pouco conhecido, porém extremamente grave: o escalpelamento. O escalpelamento é uma lesão traumática que consiste no arrancamento do couro cabeludo e de tecidos subjacentes. Na Amazônia, esse tipo de acidente ocorre principalmente quando os fios de cabelo de mulheres se enroscam nos motores de barcos. Já entre os homens, os acidentes envolvem roupas, como bermudas, que se prendem nos motores, provocando ferimentos graves nos membros inferiores e nos órgãos genitais. Segundo dados coletados em comunidades locais, cerca de 70% das vítimas dessas lesões são crianças e adolescentes, que, além do trauma imediato, enfrentam longas e dolorosas jornadas de tratamento médico, incluindo múltiplas cirurgias reparadoras, e lidam com sequelas que comprometem sua qualidade de vida, mobilidade e autoestima.

Casos como o da Anny Almeida, que teve o couro cabeludo arrancado ao abaixar-se perto do motor de um barco, evidenciam a vulnerabilidade dessas comunidades diante da falta de equipamentos de proteção adequados e da ausência de campanhas de informação e prevenção. Para essas populações, que vivem em áreas isoladas, o acesso a serviços de saúde especializados é limitado, tornando a resposta rápida em casos de emergência um grande desafio. Quando ocorrem acidentes graves como o escalpelamento, o tempo de deslocamento até um hospital com estrutura adequada pode durar horas ou até dias, dependendo das condições dos rios, da disponibilidade de combustível e da existência de embarcações apropriadas. Muitas comunidades sequer contam com um posto de saúde básico com insumos mínimos para primeiros socorros, o que agrava ainda mais os danos imediatos do acidente.

Essa demora no atendimento pode levar à infecção das feridas, perda de tecidos, complicações cirúrgicas e até risco de morte. Mesmo quando a vítima consegue chegar a um hospital, nem sempre encontra uma estrutura preparada para lidar com a complexidade dos casos. Unidades de saúde regionais frequentemente enfrentam a falta de profissionais especializados, equipamentos e materiais. Além disso, a sobrecarga dos serviços públicos, a dificuldade de deslocamento das famílias para centros urbanos e a ausência de assistência psicológica e de reabilitação fazem com que o escalpelamento deixe não apenas cicatrizes físicas, mas também profundas marcas emocionais. Essa realidade reflete um histórico de negligência que transforma o escalpelamento em um problema social e de saúde pública pouco debatido, porém com impactos duradouros para as vítimas e suas famílias.

Diante desse cenário, iniciativas como a da Afya demonstram como é possível aliar tecnologia, sustentabilidade e conhecimento local para promover segurança e prevenção. Com foco em saúde integral e inovação social, a Afya desenvolveu um projeto pioneiro em parceria com universidades, professores, estudantes e artesãos da região. O resultado foi a criação de um protetor para os motores dos barcos, que impede o enroscamento de fios de cabelo e roupas, além de um imobilizador de membros para situações de emergência.

Ambos os dispositivos são produzidos a partir do miriti, uma fibra natural abundante na região amazônica, cuja extração é feita de forma artesanal, sem a necessidade de derrubar árvores. A escolha desse material reforça o cuidado com o meio ambiente, ao mesmo tempo em que valoriza saberes tradicionais e gera renda para os artesãos locais envolvidos na produção.

Foto: Wanderson Gonçalves - biólogo e professor da Afya Abaetetuba

Autor: Redação Afya